sábado, 10 de agosto de 2013

Evangelismo com pintura

O evangelismo com pintura é uma ideia bastante criativa e que atrai a atenção do ouvinte. Isto porque a princípio os quadros são misteriosos, com desenhos abstratos que logo vão tomando forma e auxiliam na compreensão da mensagem do evangelho. Aqui trazemos um exemplo dos vários modelos já existentes, bem como uma sugestão de como pode ser a mensagem pregada.

SUGESTÃO DE UMA MENSAGEM
·        Pinte todas as palavras com a cor preta;
·        Use um fundo amarelo para DEUS e HOMEM, e um fundo verde para MUDAR e CONFIAR;
·        Pinte a palavra PECADO em vermelho, assim como a cruz e os corações;
·        Pinte a terra em azul e os continentes em verde.

HOMEM
Em nosso planeta moram vários animais e plantas que tem suas funções e sempre realizam as suas atividades do jeito que Deus determinou. As abelhas produzem seu mel nas colmeias, as plantas renovam o ar e produzem frutos, etc. Mas existe um ser especial que habite neste planeta – o ser humano – que tem um jeito diferente dos outros seres vivos. Ele está sempre procurando a felicidade e a satisfação pessoal.

PAZ
Muitos procuram a paz. As pessoas desejam a paz, quem não deseja? Paz entre os países, paz nos lares, paz em nossos corações.

CONFLITO
Porém, ao invés de paz, nós encontramos muitos conflitos... guerras.... lares destroçados e corações partidos em todos os lugares.

AMOR
As pessoas também estão procurando amor, querendo conhecer alguém que realmente se importa conosco, que nos compreenda. Alguém que nunca vai nos desamparar, pelo contrário, sempre estará ao nosso lado.

SOLIDÃO
Mas, em vez de amor, o que achamos é a solidão... um enorme vazio interior. Há solidão no íntimo do seu coração hoje? Imagine você que mora numa cidade tão grande, com milhões de habitantes, porém sente um tremendo vazio e solidão em seu coração....

ESPERANÇA
Pessoas estão procurando esperança para suas vidas. Em um mundo de incertezas como o nosso, onde podemos encontrar esperança? Esperança de um salário melhor, do primeiro emprego, de melhorar a vida, etc.

MEDO
Em vez de esperança encontramos muito medo: medo de falhar, o medo de perder a saúde, o emprego ou um ente querido, o medo da morte e do desconhecido. Você tem medo do que o amanhã lhe reserva?

PERDÃO
Todos nós temos cometido erros. Todos gostariam de esquecer as coisas ruins que temos feito, coisas que até mesmo não contamos para ninguém pela vergonha que sentimos. Nosso passado está sempre nos perseguindo. Nós todos queremos obter o perdão e o esquecimento de nossas falhas, todos queremos ser perdoados.

CULPA
Mas em vez de perdão, sentimos a culpa. Por mais que tentemos, não conseguimos por nós mesmos remover a culpa. Antes ela sempre vem atormentar a nossa mente, quando colocamos a cabeça no travesseiro. Do profundo do nosso ser todos sabemos que um dia teremos que prestar contas do que fizemos ou pensamos...

Você tem procurado viver: PAZ, AMOR, ESPERANÇA E PERDÃO, mas o que você tem encontrado em seu dia-a-dia? CONFLITO, SOLIDÃO, MEDO E CULPA.

Onde podemos encontrar uma resposta ou uma solução? Existe realmente a felicidade e todas as virtudes que procuramos? Quem pode suprir nossas necessidades? Há somente uma resposta, ou melhor, há somente uma pessoa que pode nos suprir completamente: Deus.

DEUS
Somente Ele é suficiente para satisfazer os anseios de nosso coração, afinal de contas fomos criados por Ele. Somente Ele nos conhece profundamente e Ele é a fonte de todo o bem. Muitos já tem se empenhado na sua busca por Deus. Na verdade em todo o mundo podemos observar pessoas diferentes buscando alcançar a Deus de várias maneiras. Alguns tentam viver vidas corretas e boas, porém Deus é santo e perfeito, e não vai permitir que mesmo um pequeno pecado entre no céu. Alguns tentam alcançar o céu frequentando boas igrejas e na verdade isto é muito bom, porém até mesmo os hipócritas participam da igreja e não irão morar no céu. Já outras pessoas estão tentado alcançar a divindade por diferentes filosofias e religiões, mas nada disso provou ser eficaz na busca por Deus. O grande problema, na verdade, é que existe uma enorme barreira entre Deus e o homem, que é a barreira do pecado. A Bíblia nos diz: “Pois todos pecaram, e carecem da glória de Deus.” (Romanos 3:23).




Já houve um tempo em que o homem viveu nesta terra em perfeita comunhão com Deus, sem doenças, sem dores ou sofrimentos, repleto de amor, paz e esperança. Porém um dia o ser humano voltou as suas costas para Deus o seu criador, seguindo o seu próprio caminho. O resultado foi que uma grande barreira se levantou entre Deus e o homem – o pecado. Os nosso pecados fazem separação entre nós e Deus, como diz o versículo: “As vossa iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59:2). E como consequência de sermos pecadores todos morremos, pois está escrito: “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23), não sendo tão somente a morte física, mas também e principalmente a morte espiritual, ou seja, a separação eterna de Deus. Morrer sem o perdão de Deus é terrível, já que o que nos sobra é a condenação eterna, o inferno.

Todos nós somos pecadores e incapazes de salvar a nós mesmos. E Deus sabia que nunca poderíamos nos achegar a Ele por nossas próprias mãos. 


E foi assim que, pelo Seu grande amor, que Ele veio até nós. Há cerca de 2000 anos atrás, o Senhor veio até a Terra e quebrou a barreira do pecado, morrendo na cruz como sacrifício que pagou pelos nossos pecados. Cristo foi mais que um simples homem... Ele nasceu de uma virgem, viveu uma vida perfeita, fez muitos milagres... abriu os olhos de cegos, acalmou tempestades, ressuscitou mortos. Ele morreu pelos pecados da humanidade e quebrou a barreira que existia entre o homem e Deus. O que era impossível ao homem, Ele fez por nós ao viver uma vida santa e pura para que pudesse levar os nossos pecados. A justiça de Deus exigia o castigo pelos nossos pecados, mas a misericórdia de Deus providenciou um substituto para sofrer em nosso lugar. “Ele foi transpassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades...” (Isaías 55:5). “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21). “O sangue de Jesus Cristo pode nos purificar de todos os nossos pecados” (1 João 1:7). Cristo disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).


Foram pregados em suas mãos e pés pregos do tamanho deste pincel, em sua cabeça foi colocada uma coroa de espinhos, mas Ele fez isto por mim e por você por causa do Seu grande amor por nós. Ali na cruz derramou Seu sangue puro em nosso favor. Foi sepultado, mas depois de três dias Ele ressuscitou. A morte não pôde detê-lo, já que nunca cometeu pecado, antes os pecados que Ele carregava eram os nossos. Antes de subir às alturas, permaneceu por 40 dias na terra e Sua última ordem aos Seus seguidores foi para que levassem essa mensagem de salvação a todo o mundo. Qualquer pessoa que se arrependa e creia receberá a vida eterna. Ele subiu ao céu e está sentado à direita do Pai, porém Ele prometeu que retornaria para buscar Sua amada igreja, que é a reunião de todos os que creram nEle e o seguiram. Voltará com poder e grande glória e julgará as nações. E você? Será levado com Cristo ou ficará e será julgado? Aos olhos de Deus o mundo é dividido em dois grupos:

O primeiro grupo infelizmente é muito grande e é composto por todos aqueles que dizem que não precisam de Jesus, que vivem uma vida longe dEle. Pensam que podem dirigir suas próprias vidas sozinhos e seguem seus próprios conselhos e pensamentos. Muitos destes sabem o que Jesus fez por eles, mas não se importam com isto. Cristo disse que estes seguem um caminho largo, de facilidades, porém trata-se de um caminho de destruição. Em suas vidas experimentam o que é conflito, solidão medo e culpa e, caso permaneçam sem Cristo, estarão perdidos eternamente, condenados a viver longe de Deus para sempre.

Já o segundo grupo é representado por poucos. Estes seguem o caminho estreito que conduz à vida. Eles colocaram o Senhor Jesus no centro do seu viver e são guiados por Ele, por meio do Espírito Santo. Jesus é o Senhor da vida destes e eles são seus seguidores. Para se tornar parte deste grupo e iniciar a caminhada com Cristo, este grupo fez e faz duas coisas:

MUDAR
Primeiro eles permitiram que Deus mudasse a direção de suas vidas. Eles se arrependeram dos seus pecados com grande pesar e clamaram por perdão. Em vez de seguir os seus próprios caminhos, eles mudaram de direção para seguir a Cristo. Jesus disse: “Se porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lucas 13:3).

CONFIAR
Em segundo lugar, eles confiaram em Cristo como Seu Salvador e decidiram segui-Lo como Seu Senhor. Eles receberam o novo nascimento espiritual, que se trata de ser uma nova criatura, uma nova pessoa cheia do Espírito Santo. Também tomaram posse da promessa da vida eterna. Cristo vive em seu interior e lhes dá paz, amor, esperança e perdão, independente das circunstâncias que vivem. Eles irão viver eternamente na presença de Deus. A Bíblia diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

No dia do juízo muitos dirão a Jesus: “Senhor... em teu nome fizemos muitos milagres, profetizamos, expulsamos demônios...” Mas Cristo lhes dirá: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim os que praticais a iniquidade” (Mateus 7:22-23).

Será que o Senhor conhece você? E você o conhece? Como é o seu coração? De que lado você está? Quem manda em sua vida?

Caso você neste dia entendeu o amor e cuidado do Senhor para com sua vida, e queira fazer esta mudança hoje, vamos orar pedindo a Deus para que opere a salvação em você agora (ore com a pessoa). Quero lhe deixar também um material que explica com mais detalhes tudo isso que eu expliquei para você.

VEJA AGORA O QUADRO COMPLETO DA PINTURA ANTES DA APRESENTAÇÃO:



sábado, 6 de julho de 2013

Testemunho Pessoal: como montar o seu

   “Mas vocês não são assim, pois foram escolhidos pelo próprio Deus - vocês são, sacerdotes do Rei, são santos e puros, pertencem ao próprio Deus - tudo isto para que vocês possam mostrar aos outros como Deus os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz.”   1 Pedro 2:9.

     “Pois Deus estava em Cristo, recuperando o mundo para Si, não levando mais em conta os pecados dos homens contra eles, e sim apagando-os. Esta é a mensagem maravilhosa que Ele nos deu para transmitir aos outros.  Somos embaixadores de Cristo. Deus nós está utilizando para falar a vocês: Nós lhes imploramos, como se o próprio Cristo estivesse aqui suplicando a vocês: aceitem o amor que Ele lhes oferece - reconciliem-se com Deus.”           2 Coríntios 5:19,20.

   “Tenham no coração de vocês respeito por Cristo e o tratem como Senhor. Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que expliquem a esperança que vocês têm.”  1 Pedro 3:15.

Uma das melhores maneiras de construir relacionamentos e iniciar conversas espirituais é contando a nossa história com Cristo, ou seja, o nosso testemunho pessoal. Um dos maiores privilégios do cristão é difundir sua fé em Cristo. Este privilégio, por exemplo, foi almejado pelos anjos (1 Pedro 1:12), porém dado exclusivamente ao ser humano que deposita sua fé em Cristo. Embora muitos métodos e estratégias possam ser usados para propagar a nossa fé, nada é mais eficaz do que contar como o amor, a graça e a misericórdia de Cristo transformaram a nossa vida. Mais cedo, ou mais tarde, alguém provavelmente ficará curioso quanto ao que aconteceu na sua vida, ou perguntará por que você é tão diferente e será uma ótima oportunidade para falar-lhe do que Cristo fez em você.

As pessoas a quem damos nosso testemunho podem tentar fugir do assunto, colocar em dúvida os fatos históricos e bíblicos ou culpar os outros por sua condição. Porém, é difícil não levar em conta o autêntico testemunho de um cristão cuja vida foi transformada.

O testemunho pessoal é a forma mais persuasiva de comunicação. Ele é muito importante pelos seguintes motivos:

a) Seus amigos e colegas ficarão interessados, pois as pessoas gostam de ouvir sobre histórias pessoais;

b) As pessoas se identificarão com sua história. Tendemos a desenvolver intimidade com pessoas que têm interesses e experiências semelhantes aos nossos. Por isso é bastante provável que seus amigos se identifiquem com algumas de suas experiências espirituais. Não fique preocupado se sua história é sensacional. Mesmo simples, as pessoas podem ser tocadas pelo Espírito e serem convertidas;

c) Sua história é difícil de questionar. O cético pode negar sua doutrina e atacar sua igreja, mas não pode ignorar honestamente o fato de que sua vida foi transformada. Vivemos numa cultura que valoriza muito a experiência, por isso não querem apenas saber se o cristianismo é verdadeiro, mas sim se funciona;

d) É uma história única, não há outra igual. Isto mostra como Deus age soberanamente e como Sua graça é multiforme;

e) As pessoas lembram-se das histórias mais facilmente, além de ser mais fácil de entender.

Vários são os testemunhos na Bíblia de encontros com Deus e histórias de conversões. Entretanto vamos analisar o testemunho do apóstolo Paulo, para que mais tarde, possamos construir o nosso próprio testemunho.

Em seis ocasiões diferentes Paulo usou seu testemunho pessoal para compartilhar as boas novas aos incrédulos. Estes fatos se encontram desde o cap. 22 ao 26 de Atos. Leia atentamente estes capítulos e procure descobrir em que situações Paulo compartilhou a sua fé. Entretanto, neste estudo, vamos nos ater no testemunho de Paulo que fez perante o rei Agripa e Festo, que se encontra em Atos 26:1-23.

1) Atitudes e ações de Paulo antes de sua conversão (vv. 1-11):
- Vivia como fariseu (v.5);
- Prendeu muitos santos (v.10);
- Compactuou com a morte dos santos (v.10);
- Perseguiu os cristãos (v.11).

2) Circunstâncias da conversão de Paulo (vv. 12-18):
- Ele estava indo para Damasco, era meio-dia;
- Surgiu uma luz do céu, que excedia o esplendor do sol e envolveu a todos;
- Ele ouviu o próprio Senhor Jesus que perguntava porque ele estava perseguindo-O. Logo lhe falou que iria constituí-lo ministro e testemunha do evangelho para livrar muitas almas do poder de Satanás, para que sejam salvas e conduzidas ao Reino de Deus;
Leia 2 Coríntios 5:17 e Gálatas 6:15.

3) Mudanças nas atitudes e ações de Paulo após sua conversão (vv. 19-23):
- Paulo demonstrou prontamente arrependimento e obediência à visão celestial, e logo começou a anunciar o evangelho e a proclamar que as pessoas devessem se arrepender e se converter a Deus, produzindo obras dignas de arrependimento. Nisto perseverou, mesmo em face à perseguições por parte dos seus conterrâneos.
Leia 1 João 1:5-9; 2:3-6.

4) Incentivo ao ouvinte a reagir ao que foi falado (vv. 25-29):
- Paulo procura persuadir ao seu ouvinte a reagir ao que foi testemunhado, terminando por fazer uma pergunta conclusiva: “Crês nos profetas? Eu sei que sim”. Essa pergunta fez Paulo mover-se de apenas partilhar fatos sobre sua própria vida para conclamar aquele homem a tornar-se seguidor de Cristo.

Agora vamos procurar fazer o seu próprio testemunho pessoal. Vamos colher dados para deixá-lo completo e útil nas mãos do Espírito Santo.

Nome: _____________________________________________________________

1) Atitudes e ações antes de eu me tornar cristão. Qual foi sua experiência espiritual durante sua infância e como ela o afetou à medida que você crescia – seus sentimentos, atitudes, ações e seus relacionamentos. Procure ocultar fatos muito detalhados e que sejam experiências espirituais complexas e que possam fazer com que as pessoas não entendam. Evite também nomes de seitas e religiões para não melindrar alguns ouvintes. Procure responder a perguntas como: como era minha vida antes de Cristo tornar o meu Senhor? Quais as cirscunstâncias que são comuns para um descrente identificar? O que era mais importante para você? Qual o substituto de Deus que você usou para tentar ser feliz? Ex.: esportes, casamento, festas, drogas, dinheiro, poder, fama, sexo... Se seu passado incluir pecados graves, é melhor ser sábio e mencionar com discrição, sem detalhes. Esta parte do testemunho não deve ocupar a maior parte, pois de outra forma se tornaria um “tristemunho”.

2) As circunstâncias da minha conversão. Leve em conta época, data, local, pessoas, motivação, etc. Esta é a ocasião ideal para resumir o evangelho: morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo. Responda a questões: como eu descobri que precisava de Cristo? Quais passos significantes que levaram você a se converter? Quais as necessidades, dores ou problemas que levaram você a perceber que seu modo de vida sem Deus precisava mudar? Como você se sentiu motivado para buscar a Deus? Este é um ótimo momento para citar alguns versículos bíblicos, mas não coloque muitos, pois estamos preparando um testemunho que possa ser contado em 5 minutos. De preferência escolha um versículo-chave que Deus usou em sua vida. Seja claro nos detalhes que envolvem sua entrega a Cristo, de modo que a pessoa saiba como pode também ter um encontro com o Senhor.

3) Mudanças em minhas atitudes e ações desde a conversão. Como sua vida começou a mudar depois que você passou a ser discípulo de Jesus? Que benefícios você experimentou desde que se tornou cristão? Qual a diferença que Cristo faz em sua vida? Quais problemas foram solucionados? Como Jesus o ajudou a mudar para melhor? Como isso melhorou seus relacionamentos? Seja claro, dando exemplos e não se esqueça de falar de sua firme confiança de que Jesus lhe deu a promessa da vida eterna, de que mesmo que morra, viverá para sempre com Ele.

 4) Pergunta conclusiva. É melhor terminar sua história com uma pergunta conclusiva ou declaração que exija uma resposta da outra pessoa. Seu testemunho não deve ser simplesmente uma auto-biografia, mas uma ferramenta de evangelismo eficaz. Alguns exemplos de fechamento: “Foi isso que aconteceu comigo. Você se identifica com algo assim?”; “E qual é a sua experiência espiritual?”; “Você aprendeu alguma dessas coisas enquanto crescia? Em que você crê?”; “Essa é minha história. Gostaria de ouvir a sua.”; “Essas coisas fazem sentido para você?” ou “você já teve um encontro com Jesus? Você o conhece?”.

Se você se converteu quando criança, mas afastou-se. Ou esteve sempre na igreja mas sem muito interesse até que percebeu sua necessidade de Deus:

a) Você pode usar as mesmas 3 partes, mas comece falando do tempo imediatamente antes de sua reintegração.
Dê alguns exemplo de como você tentou satisfazer suas necessidades sem Cristo.

b) Descreva o que fez você perceber que precisava de Cristo para melhorar sua vida e como foi seu compromisso com ele.

c) Explique como Jesus tem preenchido inteiramente sua vida.

Se você se tornou crente ainda cedo, na infância ou adolescência e persistiu na fé:

a) Use as mesmas 3 partes com as seguintes modificações.

b) Enfoque uma necessidade séria ou um problema comum que você percebe que os outros estão tentando resolver.

c) Mostre como você não conseguiu nada ao buscar soluções por conta própria. Então explique que você nunca passou por esses problemas por ter entregado sua vida a Jesus quando era ainda bem jovem.

sexta-feira, 1 de março de 2013

O Plano do Mestre - Consagração

“Tomai sobre vós o meu jugo...” Mateus 11:29.

Ele exigia obediência
Jesus esperava que os homens que O seguissem fossem obedientes a Ele. Não pedia que fossem espertos, mas sim leais. Eles foram então chamados inicialmente de discípulos, o que significava que eram “aprendizes” ou “alunos” do Mestre. Somente muito mais tarde foram chamados de cristãos (Atos 11:26). Este “apelido” foi inevitável, já que com o passar do tempo os seguidores obedientes acabam se parecendo com o seu líder, assumindo o seu caráter.
A simplicidade deste método de abordagem é maravilhosa. A nenhum dos discípulos foi pedido, de início, fazer qualquer declaração de fé ou a aceitar algum credo bem definido, embora já tivessem reconhecido que Jesus era o Messias prometido (João 1:41,46,49; Lucas 5:8). Somente foi pedido que seguissem a Jesus. É claro que neste convite inicial estava subtendida uma chamada de confiança no Senhor, bem como obediência à Sua Palavra. Embora isto não tenha sido dito por Jesus no início, tudo ficou claro ao longo da caminhada com o Senhor, até porque ninguém seguirá a uma pessoa em quem não confia, nem tomará o passo da fé com sinceridade, a menos que esteja disposto a obedecer o que o líder dizer.

O caminho da cruz
Seguir a Jesus pode ter parecido fácil no início, mas logo se tornou claro que ser discípulo de Jesus envolvia muito mais do que crer alegremente que Ele era o Messias, antes significava a rendição da própria vida o Mestre, em todos os aspectos, em absoluta submissão ao Seu senhorio. Tinha que haver um total abandono do pecado. Os antigos modos de pensar, os hábitos e os prazeres do mundo, teriam de ser substituídos pelas novas disciplinas do Reino de Deus (Mateus 5:1-7:29; Lucas 6:20-49). Isto até porque é impossível servir a dois senhores (Lucas 16:13). Agora a perfeição do amor seria o único padrão de conduta (Mateus 5:48), e este amor deveria se manifestar na obediência a Jesus (João 14:21,23), expresso pela devoção daqueles por quem Ele morreria a fim de salvá-los (Mateus 25:31-36). Há uma cruz no discipulado – a autonegação voluntária, o negar a si mesmo, em favor de outro (Marcos 8:34-38; 10:32-45; Mateus 16:24-26; 20:17-28; Lucas 9:23-25; João 12:25,26; 13:1-20).

Foi e é um treinamento severo. As multidões gostavam de ser consideradas seguidoras de Jesus quando Ele enchia os seus estômagos, mas quando Jesus começava a falar das verdadeiras qualidades do Reino de Deus e do sacrifício necessário do discípulo (João 6:25-59), muitos o abandonaram (João 6:66). Eles mesmos declararam que era duro ouvir o que estavam ouvindo (João 6:60). Porém o mais surpreendente é que Jesus não saiu correndo atrás deles para que voltassem a ser seus discípulos. Jesus estava treinando líderes para o Reino e, se estes desejassem serem vasos úteis para o serviço, teriam de pagar o preço. Portanto, aqueles que desistissem no meio do caminho acabariam por ficar prostrados à beira da estrada. Seriam separados do grupo por causa do seu próprio egoísmo. Judas conseguiu manter-se quase até o fim, até que sua cobiça o apanhou e foi desmascarado (Marcos 14:10,11, 43, 44; Mateus 26:14-16, 47-50; Lucas 22:3-6, 47-49; João 18:2-9). Simplesmente é impossível seguir a Jesus realmente sem desprender-se totalmente deste mundo. Aqueles que fingiam ter feito isto só atraíam angústia e tragédia contra as suas próprias almas (Mateus 27:3-10; Atos 1:18,19). Talvez este seja o motivo porque Jesus foi tão severo com o escriba quando este disse que iria segui-Lo (Mateus 8:19,20). Jesus foi sincero dizendo que segui-Lo não era algo simples. Outro quis dar desculpas quando foi convidado a ser seguidor de Jesus, dizendo que precisava cuidar do seu pai, porém Jesus não permitiu qualquer demora dele (Mateus 8:21,22; Lucas 9:59,60). Outro disse que iria seguir ao Senhor, mas de acordo com suas próprias condições, fazendo primeiro as suas vontades. Mas Jesus repreendeu esta ideia (Lucas 9:62). Jesus nunca negociou as Suas condições e sempre foi claro no chamado.

É por este motivo que em outro momento Jesus disse que aquele que desejava ser Seu discípulo deveria antes pensar bem, calculando o custo (Lucas 14:28). Não preparar-se e estar ciente das exigências equivale a se expor ao ridículo perante o mundo depois, quando este se desviasse do Caminho. Jesus disse resumindo o seu chamado: “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:33; Marcos 10:21; Mateus 19:21; Lucas 18:22).

Poucos querem pagar o preço
Na realidade, quando alguns falsos discípulos deixaram de segui-Lo em Cafarnaum porque Ele não quis satisfazer os desejos do povo, Jesus ficou apenas com um punhado de seguidores. Voltando-se para os doze perguntou-lhes: “Porventura quereis também vós outros retirar-vos?” (João 6:67). Se aqueles últimos desistissem, o que seria do ministério de Jesus? Mas Pedro respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus” (João 6:68,69). Certamente estas palavras soaram como um conforto para o Mestre, pois dali em diante Jesus começou a falar com Seus discípulos mais abertamente sobre Seus sofrimentos e Sua morte, com muito maior franqueza do que antes.

Obedecer é aprender
De início os discípulos não entenderam tudo o que o Senhor lhes dizia. A capacidade deles de entender as verdades mais profundas do Reino e da obra de Jesus na cruz estavam obscurecidas. Quando Jesus disse aos seus discípulos que seria morto pelos líderes religiosos, momentos após Pedro ter feito aquela linda declaração, o mesmo repreendeu a Jesus: “Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá” (Mateus 16:22; Marcos 8:32). Frente a isto Jesus repreendeu seu discípulo mostrando que Satanás o havia enganado: “...para trás de mim Satanás, porque não cogitas das coisas de Deus, mas sim das dos homens” (Mateus 16:23; Marcos 8:33). Porém isto não foi suficiente. Em muitas outras vezes Jesus se viu constrangido a falar sobre a Sua própria morte e o que isto significava para os discípulos, até porque eles não entendiam a razão.

Ao não compreender claramente a mensagem da cruz, os discípulos tropeçaram, não entendendo a posição deles no Reino de Deus. Para eles era muito difícil aceitar o ensino de uma humilde servidão em favor dos outros (Lucas 22:24-30; João 13:1-20). Antes ficavam disputando para saber quem dentre eles ocuparia o lugar de honra no Reino (Marcos 9:33-37; Mateus 18:1-5; Lucas 9:46-48). Tiago e João desejavam lugar de destaque (Marcos 10:35-37; Mateus 20:20) e os outros discípulos, cheios de inveja, ficaram indignados com eles (Marcos 10:41; Mateus 20:24). Também foram muito severos em seu julgamento contra aqueles que não concordavam com eles (Lucas 9:51-54). E ainda repreenderam os pais que queriam que Jesus abençoasse a seus filhos (Marcos 10:13). Fica claro que os discípulos não experimentaram realmente o que era seguir a Cristo no início.

Apesar disto tudo, Jesus suportou com paciência as falhas humanas de seus discípulos escolhidos, pois, apesar das deficiências, estavam dispostos a segui-Lo. Houve até um pequeno período em que voltaram às atividades de pesca, após a ressurreição do Senhor (Marcos 1:16; Mateus 4:18; Lucas 5:2-5; confronte com João 21:1-18), porém voltaram ao propósito original. Embora tivessem muito que aprender, a consagração deles a Cristo era autêntica (Marcos 10:28; Mateus 19:27; Lucas 18:28). Com tais homens Jesus estava disposto a tolerar muitas coisas que surgiam por causa da imaturidade espiritual deles. Jesus sabia que eles iriam amadurecer à medida em que fosse crescendo na graça e no conhecimento do Senhor. Eles iriam desenvolver a capacidade de entender as verdades espirituais, contanto que colocassem em prática toda a verdade que tivessem entendido (João 7:17).

A obediência a Cristo é o próprio meio através do qual aqueles que estavam em companhia dEle aprendiam mais e mais da verdade. Jesus não pedia que os discípulos seguissem o que não soubessem ser verdade, mas ninguém podia segui-Lo sem aprender o que é a verdade (João 7:17). Por isso que Jesus não ensinou eles a entregarem suas vidas a uma doutrina, mas sim a uma Pessoa, que era a doutrina em carne e osso! Somente na medida em que continuassem em Sua Palavra é que poderiam conhecer a verdade (João 8:31,32).

A prova do amor
Jesus ensinou que a obediência é a grande expressão do amor. E isto Ele enfatizou mais antes da Sua morte: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos... Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama, será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele... Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Quem não me ama, não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou... O meu mandamento é este, que vos ameis uns aos outros, assim como ei vos amei... Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (João 14:15,21,22,23; 15:12,14).

Demonstrada por Jesus
A obediência absoluta à vontade de Deus foi mostrada na própria vida de Jesus. Em Sua natureza humana, Ele sempre deu lugar à vontade do Pai, o que permitiu a Deus Pai usar a vida de Jesus totalmente, conforme o seu propósito já determinado. Várias vezes Jesus declarou: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a Sua obra” (João 4:34); “O meu juízo é justo porque não procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou” (João 5:30; 6:38); “... assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e no seu amor permaneço” (João 15:10; 17:4). A tomou maior forma quando disse no Getsêmani: “... não se faça a minha vontade, e sim a tua” (Lucas 22:42; Marcos 14:36; Mateus 26:39,42,44). Esse era o princípio que dirigia a vida inteira de Jesus, e assim aconteceu desde o princípio. A cruz foi apenas o clímax que coroou a Sua entrega ao Pai (Hebreus 5:8).

Assim, quando Jesus falava sobre obediência, seus discípulos tinham um grande e perfeito exemplo no próprio Senhor. Jesus disse: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (João 13:15). Assim como Jesus foi abençoado em obedecer ao Pai, seus discípulos encontraram bênçãos em obedecer a Ele. Realmente esse é o único dever de um servo. Assim aconteceu com Cristo, e nada menos pode jamais ser aceito como digno de Seus discípulos (Lucas 17:6-10; 8:21; Marcos 3:35; Mateus 12:50).

O princípio focalizado
Estrategicamente, este era o único modo de Jesus moldar a vida de seus discípulos na Palavra. Não tem como desenvolver o caráter e propósito nos discípulos sem a obediência. Também não podemos nos esquecer que Jesus estava preparando homens para liderar a Sua igreja e, ninguém pode ser líder enquanto não houver primeiramente aprendido a seguir um líder. Por este motivo Jesus os ensinou sobre a necessidade de disciplina e respeito pela autoridade. Não pode haver insubordinação contra as ordens do Senhor! Ninguém sabia, melhor do que Jesus, do fato que as forças satânicas estavam adestradas contra os discípulos, bem organizadas e equipadas, com o objetivo de frustrar o avanço do Reino e os esforços evangelísticos. Não seria possível aos discípulos vencerem o poder das trevas se não se submetessem ao Único que conhece a estratégia da vitória. Isto requer obediência absoluta ao Mestre e o abandono total a tudo quanto era deles.

O princípio aplicado hoje em dia
Estamos envolvidos numa guerra espiritual, quer queiramos ou não, e cujos resultados são vida ou morte. Todo o dia em que nos mostramos indiferentes às ordens do Senhor, é um dia perdido para a causa de Cristo. Se já tivermos aprendido nem que seja a verdade mais elementar do discipulado cristão, então já teremos compreendido que fomos chamados para ser servos do Senhor Jesus, a fim de obedecer à Sua Palavra. Não faz parte dos nossos deveres raciocinar porque Ele fala desta ou daquela maneira, mas o que importa é obedecer às Suas ordens. Se não houver a obediência ao que Ele quer que façamos agora, é duvidoso que consigamos progredir muito no Reino de Deus. No Reino não há lugar para descuidados e o próprio Senhor nos ensinou em Jeremias 48:10: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente!”

Porque existem hoje muitos cristãos atrofiados em seu crescimento espiritual e sem poder no seu testemunhar? Ou porque a Igreja contemporânea está tão frustrada no seu testemunho ao mundo? A resposta não seria senão a negligência da vontade de Deus e a acomodação com a mediocridade. Onde está a obediência à cruz? Parece que os ensinos de Cristo sobre negar a si mesmo e a dedicação ao Reino foram substituídos por uma filosofia que diz: “Que cada um faça o que quiser.” Chegou a hora de que as exigências do discipulado cristão sejam praticadas na íntegra. Quando este princípio é aceito na prática, podemos desenvolver avançar no crescimento e passar para o próximo passo da estratégia do Mestre.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O Plano do Mestre - Associação

"Eis que estou convosco todos os dias..." Mateus 28:20


Jesus ficava com os discípulos
Após chamar os seus discípulos, Jesus desenvolveu a prática de estar com eles – essa era a essência do Seu programa. Era uma forma extremamente simples de prática. Jesus não tinha uma erudição formal, nem seminários teológicos, nem aulas periódicas para matricular Seus discípulos. Por mais admirável que pareça, tudo o que Jesus fez, a fim de ensinar àqueles homens em Seu caminho, foi atraí-los para andarem perto de Si. Jesus era a Sua própria escola e o Seu próprio currículo!

O método de ensino natural e informal do Senhor era muito diferente do ensino rígido e formal dos escribas. Estes religiosos forçavam seus discípulos a seguirem certas leis, rituais e fórmulas de conhecimento, para serem distinguidos dos demais. Enquanto isto Jesus apenas pedia aos Seus discípulos que O seguissem. O conhecimento do Reino não era passado por meio de leis e dogmas, mas na maneira de viver e na personalidade viva de Alguém que andava com eles. Os discípulos de Jesus se distinguiam dos demais não por rituais e dogmas, mas por estarem na companhia de Jesus, participando, deste modo, de Sua doutrina (João 18:19,20; Atos 4:13).

A sabedoria era adquirida na companhia de Jesus

Foi por causa desse companheirismo com Cristo que seus discípulos puderam conhecer os mistérios do Reino de Deus (Lucas 8:10). O conhecimento era obtido por meio de associação, antes de ser entendido por explicação. Um exemplo disto foi quando um de seus discípulos perguntou: “como saber o caminho?”, demonstrando com isso sua frustração sobre entender a Trindade. Perante isto Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida...” (João 14:5,6). Seus discípulos precisavam apenas abrir os olhos para a verdade espiritual encarnado no meio deles.

Este método Jesus usou desde o início, quando convidava os homens para serem seus discípulos. Ele dizia: “Vinde e vede” (João 1:39), querendo mostrar que observando o modo de viver do Senhor, nada mais precisava ser dito. Para Filipe disse: “Segue-me” (João 1:43) e este transmitiu ao seu amigo Natanel: “Vem e vê” (João 1:46). Um sermão vivo vale mais que cem explicações. Mais adiante disse a Pedro, Tiago, João e André: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens” (Marcos 1:17; Mateus 4:19; Lucas 5:10).

O princípio observado

Perceba a tremenda estratégia do Senhor. Apesar de que muitas coisas os discípulos não conseguissem compreender, enquanto seguiam a Jesus poderiam ter suas dúvidas sanadas. Na presença de Jesus puderam aprender tudo quanto precisavam saber.

Esse princípio fica subentendido desde o início quando Jesus selecionou dozes homens, dentre aqueles que compunham o círculo maior de Seus seguidores, “...para estarem com Ele e para os enviar a pregar...” (Marcos 3:14; Lucas 6:13). Mais adiante Jesus disse que iria enviá-los “... a pregar, e a exercer a autoridade de expelir demônios”. Entretanto Jesus deixou claro que antes que pudessem “pregar” ou “expulsar demônios”, eles deveriam “estar com ele”. Esta nomeação pessoal para se manterem em associação constante com Cristo fazia parte de sua comissão de ordenação tanto quanto a autoridade de evangelizarem.

Mais íntimos quando o treinamento terminava

Jesus estava tão focado nesta missão que, enquanto passava o segundo e terceiro ano de ministério, mais Ele dedicava tempo e atenção aos discípulos.

Com frequência Jesus levava seus discípulos para um retiro, num lugar mais reservado a fim de evitar a publicidade tanto quanto possível. Foram feitas jornadas para Tiro e Sidom (Marcos 7:24; Mateus 15:21), para Decápolis (Marcos 7:31; Mateus 15:29), para as regiões da Dalmanuta (Marcos 8:10; Mateus 15:39) e também para as aldeias de Cesaréia (Marcos 8:27; Mateus 16:13). Essas jornadas foram feitas em parte por causa da oposição levantada pelos fariseus, e por causa da hostilidade de Herodes; mas, principalmente, porque Jesus sentia a necessidade de ficar a sós com os Seus discípulos. Mais tarde o Senhor passou com seus discípulos na Peréia (Lucas 13:22-19:28; João 10:40-11:54; Mateus 19:1-20:34; Marcos 10:1-52). E quando aumentava a oposição ali, Jesus retirou-se para uma cidade próxima do deserto chamada Efraim, onde permaneceu com seus discípulos (João 11:54).

Perante tudo isto não é de se admirar que, quanto mais se aproximava a semana da paixão, Jesus ficava mais próximo dos seus discípulos. Mesmo no Getsêmani, eles não se distanciavam mais do que um tiro de pedra (Lucas 22:41). Não é assim que acontece com todas as famílias quando é chegada a hora da separação? Cada minuto é aproveitado, por uma consciência de que esta associação íntima logo não mais continuará. As palavras proferidas sob estas circunstâncias são sempre as mais preciosas. Isso explica porque os que escreveram os evangelhos dedicaram mais atenção àqueles dias.

Outra questão interessante é que, após a ressurreição, Jesus apareceu cerca de dez vezes particularmente aos apóstolos escolhidos (Atos 10:41,42; 1 Coríntios 15:5-8). As Escrituras demonstram que nenhuma pessoa incrédula teve o direito de ver ao Senhor glorificado. Porque? Somente os discípulos que estavam desesperados pelos últimos acontecimentos precisavam ter sua fé revitalizada e confirmada mediante a prova da ressurreição. Todo o ministério de Jesus girou em torno dos discípulos.

Jesus passou mais tempo com os Seus discípulos do que com todos os demais habitantes daquele tempo. Comia com eles, dormia junto com eles, conversava com eles, velejaram e pescaram, oraram juntos e adoraram nas sinagogas e no templo.

Contudo, ministrava às massas

Enquanto Jesus ministrava aos outros, Jesus era sempre acompanhado pelos Seus discípulos. Quer Ele dirigisse a palavra às multidões, quer conversasse com os escribas e fariseus, os discípulos estavam sempre por perto, observando e ouvindo. Sem negligenciar o Seu ministério regular para com os que estavam em necessidade, Jesus mantinha um ministério constante com os discípulos, que permaneciam ao Seu lado. Dessa forma, aproveitavam o benefício de tudo quanto Ele dissesse e fizesse aos outros, além das explicações pessoais e dos conselhos que Ele lhes desse.

Isso exige tempo

Essa associação íntima e constante, naturalmente, significou que Jesus não tinha tempo para dedicar aos Seus familiares. Como criancinhas que precisavam de cuidados constantes, assim também os discípulos estavam aos pés do Mestre. Até mesmo naqueles momentos de devoções particulares, Jesus estava sujeito às interrupções devidas às necessidades dos discípulos (Marcos 6:46-48; Lucas 11:1). Entretanto era isto que Jesus queria, pois eram seus filhos espirituais (Mateus 12:47-50; João 13:13). A única maneira de um pai criar seus filhos é estando com eles.

O alicerce do “acompanhamento”

O acompanhamento é um cuidado que devemos ter com os novos convertidos. Trata-se de algo óbvio, porém, infelizmente, muito negligenciado. Isto talvez porque no nosso trabalho evangelístico este estágio não chame tanta atenção. Jesus, porém, sabia da importância disto e por isto investiu neles.

Jesus declara em João 15:27 que vinha treinando aqueles homens para serem suas testemunhas, depois que Ele partisse. E o método que Ele escolheu para isto foi simplesmente “estar com eles”. Pelo motivo de seus discípulos ficarem com o Mestre em todos os momentos, haveriam de receber autoridade no Seu Reino (Lucas 22:28-30).

Seria um erro pensar que este princípio de acompanhamento ficou restrito aos apóstolos. Jesus concentrou seus esforços sobre estes poucos homens selecionados, mas em menor intensidade, Ele manifestou a mesma preocupação pelos Seus demais seguidores (veja o exemplo de Zaqueu, quando Jesus foi na casa dele após a sua conversão – Lucas 19:7; bem como sua preocupação com os moradores de Sicar, quando se demorou ali alguns dias – João 4:39-42). Todos estes crentes receberam alguma atenção pessoal do Senhor, embora não se comparasse com a atenção dada aos apóstolos.

Também é importante mencionar o grupo de mulheres fiéis, que ministravam a Jesus com seus bens (Lucas 10:38-42; Lucas 8:1-3). Algumas destas mulheres estiveram com Jesus até o fim. Elas receberam também atenção do Senhor para com a fé, mas também não se comparou com a prestada aos apóstolos.

Jesus fazia tudo ao seu alcance, e realmente dava atenção aos novos convertidos, porém Ele devia dedicar-se principalmente à tarefa de desenvolver alguns homens, que, por sua vez, pudessem dedicar o mesmo tipo de atenção a outros.

A igreja como comunhão contínua

O problema inteiro da dedicação e atenção pessoal a cada crente individual somente pode ser resolvido mediante a compreensão completa da natureza e da missão da igreja. Realmente é a igreja que serve de instrumento para que Jesus pudesse “acompanhar” aqueles que O seguiam. O agrupamento de crentes é o Corpo de Cristo e, nessa qualidade, os membros devem ministrar uns aos outros, individual e coletivamente.

Cada membro da comunidade da fé tem um papel a desempenhar neste ministério. Mas isto somente é possível quando eles mesmos estiverem sido treinados e inspirados. Enquanto Jesus esteve com eles pessoalmente, Ele era o líder. Porém, com Sua partida, seria necessário que os membros treinados da Igreja assumissem a liderança.

Nosso problema

Quando a Igreja vai aprender esta lição? Devemos parar de dar foco demasiado nas multidões e preocupar-se em preparar líderes. Os cultos de oração e aulas de treinamentos para obreiros evangélicos jamais conseguiram também cumprir esta tarefa de preparo. Preparar uma pessoa na fé requer atenções pessoais constantes, tal como aquela que o pai dá aos seus filhos. Os filhos não podem ser criados por procuração. Esta tarefa somente poderá ser realizada por indivíduos que permaneçam ao lado daqueles a quem buscam liderar.

A Igreja tem falhado muito neste aspecto. Nas igrejas muito se fala sobre o evangelismo e a necessidade de disciplina cristã, mas pouco interesse se mostra pela associação pessoal, quando é evidente que esse trabalho de evangelismo envolve o sacrifício e o abrir mão da liberdade pessoal do líder cristão. Muitos dos recém-convertidos não recebem nenhum cuidado, a não ser o estudo de uma escola bíblica e o aprendizado nos cultos de adoração. Se os novos convertidos não tiverem pais ou amigos que preencham esta lacuna de maneira eficaz, serão deixados inteiramente ao abandono, para descobrirem sozinhos soluções para inumeráveis problemas práticos, correndo o risco de naufragar na fé.

Sabendo desta tão grande importância de acompanhar os novos na fé, não é de se admirar que cerca de metade daqueles que fazem profissão de fé e unem-se à igreja venham a se desviar ou percam o ardor do primeiro amor. Se os cultos e as aulas da escola bíblica são tudo o que as igrejas locais tem a oferecer para desenvolver os novos convertidos em discípulos maduros, então essas igrejas estão sendo derrotadas em sua própria finalidade, por contribuírem para uma falsa segurança; e, se os novos convertidos seguirem esse mesmo exemplo preguiçoso, isso, finalmente, lhes fará mais mal do que bem. Desta forma, não há outra opção para desenvolver líderes evangélicos poderosos se não houver dedicação intensa a estas almas. Afinal de contas, se Jesus, o Filho de Deus, descobriu ser necessário permanecer quase continuamente com apenas alguns de Seus discípulos, pelo período de três anos, e se apesar disso um deles se perdeu, como poderia uma igreja local esperar cumprir essa tarefa com um método que consiste em reunir-se apenas alguns poucos dias durante o ano inteiro?

O princípio aplicado hoje em dia

A igreja precisa entender que sua preocupação primordial deve ser a de ser uma guardiã pessoal daqueles que forem confiados aos seus cuidados. Agir de outra maneira equivale a abandonar os novos crentes ao diabo.

É necessário encontrar, dessa forma, um sistema pelo qual o novo convertido tenha um amigo crente a seguir, até o tempo em que, por sua vez, possa guiar outro na fé. O conselheiro deve permanecer junto ao novo convertido tanto quanto lhe for possível, estudando a Bíblia e orando com ele, ao mesmo tempo que responde às suas perguntas, esclarece a verdade e que, juntamente, conselheiro e liderado, procurem ajudar a outros. Se uma igreja não tiver conselheiros que estejam dispostos a fazer este serviço, então deve-se começar a treinar homens e mulheres cristãos para esta tarefa. A única maneira de treiná-los é dar um líder para seguirem.

Todavia é necessário afirmar aqui que este método somente vai atingir resultados se os discípulos puserem em prática o que forem aprendendo. Para isto, devemos compreender outro princípio usado pelo Mestre, que será estudado na próxima reunião.

sábado, 26 de janeiro de 2013

O Plano do Mestre - A Seleção

Homens eram o método de Jesus

"Escolheu doze entre eles..." (Lucas 6:13)
               
Tudo começou quando Jesus chamou alguns homens para que o seguissem. Isto revelou de imediato sua estratégia evangelística: sua preocupação não era com programas para atingir multidões, e sim com homens a quem as multidões seguiriam. Jesus começou a reunir estes homens antes que houvesse qualquer campanha evangelística, ou mesmo antes de fazer qualquer sermão público. Desde o início Jesus deixou claro que homens seriam Seu método para conquistar o mundo para Deus.

O objetivo inicial do Senhor era alistar homens que pudessem dar testemunho acerca de Sua vida, dando seguimento ao trabalho que Ele iniciou – a implantação do Reino de Deus. João e André foram os primeiros chamados, que tiveram de abandonar o grande avivamento que estava acontecendo em Betânia, do outro lado do rio Jordão, sob a liderança de João Batista (João 1:35-40). Em seguida André trouxe Simão, seu irmão (João 1:41,42). No dia seguinte Jesus encontrou Filipe, a caminho da Galiléia e imediatamente Filipe anunciou este encontro a Natanel (João 1:43-51). Não houve pressa na seleção, mas sim determinação! Meses mais tarde outros pescadores foram chamados para participar do grupo (Marcos 1:19; Mateus 4:21). Pouco depois Mateus foi convidado a seguir o Mestre, quando o Senhor passava por Cafarnaum (Marcos 2:13,14; Mateus 9:9; Lucas 5:27,28). Todos foram chamados ainda no primeiro ano do ministério do Senhor.

De inicio não foram muitos os convertidos, porém aqueles poucos primeiros convertidos ao Senhor estavam destinados a se tornarem os líderes de Sua igreja, que iria anunciar o evangelho no mundo inteiro. Pensando assim, os poucos se tornaram em muitos!

Homens dispostos a aprender
             
O que mais chama a atenção nestes apóstolos de inicio era que não havia nada neles que impressionasse como se fossem homens de sucesso. Poderíamos mesmo perguntar como é que Jesus poderia vir a usá-los. Eram homens comuns, sem treinamento profissional, sem grandes posses, rudes e sem conhecimento para a sua vocação. Tal como no caso do próprio Mestre, sua educação formal consistia somente das escolas das sinagogas. A maioria havia se criado na região pobre em torno da Galiléia, com exceção de Judas Iscariotes que viera da Judéia. Eram homens impulsivos, temperamentais, que se ofendiam facilmente, com os preconceitos próprios de judeus, iletrados e incultos (Atos 4:13). Enfim, não eram o tipo de grupo que alguém esperaria que conquistasse o mundo para Cristo.

No entanto Jesus viu naqueles homens simples líderes em potencial para o Seu Reino. Apesar de pouco estudo, eram homens que podiam ser ensinados. Embora lentos para compreender as realidades espirituais e com julgamentos frequentemente errados, eram homens honestos, prontos a confessar a sua própria necessidade.

Embora rudes, eram homens de grande coração. O que talvez seja mais significativo a respeito deles era o seu sincero anelo por Deus e pelas realidades da vida de Deus. A superficialidade da vida religiosa ao redor não frustrou as esperanças deles na vinda do Messias (João 1:41,45,49; 6:69). Estavam saturados da hipocrisia da classe social dominante. Alguns deles já tinham se unido ao movimento renovador de João Batista (João 1:35). Aqueles homens estavam esperando por alguém que os guiasse pelo caminho da salvação. Tudo isto mostra que Jesus pode usar quem quer que queira ser usado.

Concentrou-se em alguns poucos

O fato de Jesus se dedicar a poucos é onde reside a sabedoria de Seu método. Ninguém pode transformar o mundo, a menos que os indivíduos que o compõem sejam transformados; e ninguém pode ser transformado senão quando moldado nas mãos do Mestre. Não somente deve-se escolher poucos leigos, mas conservar o grupo pequeno para que se possa trabalhar em suas vidas. Entretanto o número dos discípulos de Jesus começou a aumentar ao longo do Seu ministério. Desta maneira Ele estreitou Suas relações a uns doze discípulos, o qual Ele denominou de apóstolos (Lucas 6:13-17; Marcos 3:13-19). Independente do significado do número doze (existem aqueles que defendem que este número representa a presença de Deus na família humana – a penetração no mundo por parte da divindade – veja que são doze patriarcas, doze fundamentos e doze portas da Jerusalém celestial, etc.), Jesus desejava que estes tivessem privilégios e responsabilidades diferentes dos demais discípulos no trabalho do Seu Reino.

Apesar de Jesus ter escolhido doze apóstolos, isto não excluía a possibilidade de outros segui-lo. Sabemos que muitos outros se tornaram obreiros eficazes na Igreja, tal como Tiago (o irmão de Jesus), Lucas e Marcos (que escreveram os evangelhos) – veja 1 Coríntios 15:7; Gálatas 2:9,12; João 2:12; 7:2-10). Entretanto era fato que estes tiveram menos intimidade com o Senhor. E mesmo no meio dos doze, haviam apenas três que desfrutavam de uma intimidade maior com o Mestre – Pedro, Tiago e João. Somente estes estiveram no Monte da Transfiguração e contemplaram a glória do Senhor (Marcos 9:2; Mateus 17:1; Lucas 9:28), no jardim do Getsêmani no momento de dor e oração do Mestre (Marcos 14:33; Mateus 26:37) e na cena da ressurreição da filha de Jairo (Marcos 5:37; Lucas 8:51). Apesar da escolha destes três, não se tem notícia de que os outros apóstolos tenham murmurado com isto. Jesus tem o direito de escolher quem Ele quer e somente o fato de ser chamado para a obra de Deus já é em si mesmo um motivo de honra. Ninguém deve desanimar somente porque vê o outro sendo mais abençoado! Devemos nos alegrar com a bênção do próximo (Romanos 12:15).

O princípio observado 

Quando há uma uniformidade no grupo e quando este for pequeno e concentrado, maior será a oportunidade de uma instrução eficaz. Jesus dedicou a maior parte da Sua vida àqueles poucos discípulos. Arriscou neles todo o Seu ministério! O mundo poderia estar indiferente com relação a Jesus, mas isto não podia derrotar Sua estratégia. Nem mesmo Jesus ficou preocupado quando alguns de seus seguidores desistiram de Sua lealdade a Ele quando foram confrontados com as verdades do Reino (João 6:66). Porém o Senhor não podia tolerar que os Seus discípulos íntimos perdessem de vista o Seu propósito. Eles tinham que compreender a verdade e de serem santificados por ela (João 17:17), porque de outra forma tudo estaria perdido. Por isso Jesus orou por eles e não pelo mundo (João 17:6,9).

Sem negligenciar as massas 

Apesar da dedicação aos apóstolos, Jesus não ignorou as multidões. Jesus dava atenção a todos e curava suas enfermidades (Mateus 12:15; 14:14), as ensinava, alimentava-as quando famintas, expulsava os seus demônios. Sua dedicação chegou ao ponto de que Ele mesmo e seus discípulos não tinham tempo nem para comer (Marcos 6:31). E este interesse pelo povo ocorre desde o início de Seu ministério, quando Ele procurou se envolver com o movimento popular de avivamento, mediante o batismo de arrependimento liderado por João Batista (Marcos 1:9-11; Mateus 3:13-17; Lucas 3:21-22) e depois elogiou o trabalho deste profeta (Mateus 11:7-15; Lucas 7:24-28). Jesus amava as pessoas, chorava por elas e, finalmente, morreu para salvá-las dos seus pecados. Jesus não negligenciou o evangelismo em massa.

Multidões despertas 

A capacidade de Jesus impressionar as multidões depois se revelou em um problema. Sua compaixão e poder conquistou as multidões ao ponto de desejarem fazê-lo seu rei (João 6:15). Todos desejavam a atenção dEle (João 3:26). Até os próprios fariseus admitiram que o mundo seguia após Jesus (João 12:19), e os principais sacerdotes julgaram que logo a população inteira creria nEle (João 11:47,48). E foi o temor das autoridades, perante as massas que se mostravam simpatizantes de Jesus, que as levou a levantar acusadores e capturá-lo na ausência do povo (Marcos 12:12; Mateus 21:26; Lucas 20:19).

Caso Jesus tivesse dado valor aos sentimentos das pessoas a Seu favor, facilmente poderia ter todos os reinos dos homens aos Seus pés, bastando apenas satisfazer os desejos e curiosidades dos homens por Seus poderes sobrenaturais. E essa foi a tentação proposta por satanás no deserto, quando Jesus foi tentado a transformar as pedras em pães (Mateus 4:1-7; Lucas 4:1-4; 9-13). Esses prodígios espetaculares teriam atraído a atenção das pessoas. E é verdade que a proposta de satanás em lhe dar os reinos do mundo era uma furada, pois Jesus podia conquistar isto sozinho, tão somente se desviando do Seu propósito original.

Mas Jesus não queria oferecer espetáculos. Antes muitas vezes se esquivou das multidões (João 2:23; 3:3; 6:26,27). Chegava ao ponto de dizer aos que recebiam a cura de que não contassem nada a ninguém, a fim de não chamar atenção (ex. Marcos 1:44,45). Em outros momentos, Jesus se retirava com os Seus discípulos para outro lugar, para dar continuação ao Seu ministério (veja João 1:29-43; Marcos 4:35). Esta prática deixava as pessoas confusas, por não entenderem a Sua estratégia. Até mesmo seus irmãos o exortaram a abandonar esta estratégia, mas Ele recusou seguir o conselho deles (João 7:2-9).

Poucos pareciam compreendê-lo

Naturalmente que muitos dentre as multidões criam em Cristo (João 2:23-25; 6:30-60), mas muito poucos pareciam ter compreendido o evangelho. Talvez ao final de seu ministério o total de Seus seguidores chegasse a um pouco mais de 500, aos quais Jesus apareceu após a ressurreição (1 Coríntios 15:6), ao fim que somente 120 permaneceram em Jerusalém para receber a promessa do Espírito Santo (Atos 1:15). Se fôssemos medir em termos de números, o evangelismo de Jesus parece não ter tudo tanto êxito, mas isto não é verdade.

Sua estratégia 

Mas porque Jesus se concentrou sua vida em poucas pessoas? Não veio Ele salvar o mundo? Com o anúncio de João Batista sobre o Messias (que ainda permanecia vivo na memória das multidões), Jesus poderia ter contado com milhares de seguidores, caso desejasse. Então porque Ele não se preocupou em criar um exército poderoso que conquistasse o mundo pela força bruta da quantidade? Não parece um tanto desapontador o fato de que alguém, dotado de todos os poderes do universo às Suas ordens, que viveu e morreu como jamais alguém viveu e morreu para salvar o mundo, contudo, no fim de Sua vida terrena contasse apenas com alguns poucos e assustados discípulos para demonstrar como fruto de Seu trabalho? E conforme Isaías 53:11 diz-se que Ele ficou satisfeito com o resultado de Seu trabalho!

A resposta a isto está no propósito real do Seu plano de evangelismo. Jesus não estava querendo impressionar multidões, mas sim em inaugurar o Seu Reino. Isso significava que Ele precisava de homens que pudessem conduzir as multidões. Que proveito teria para o Mestre se as multidões o seguissem para, em seguida, não contarem com a supervisão nem a instrução sobre o Caminho? Veja o que dizem estes preciosos versículos: Provérbios 11:14; 15:22; 24:6. É fato que as multidões são presa fácil dos deuses falsos, quando abandonadas sem o cuidado apropriado. As multidões eram como ovelhas que vagueavam sem rumo, sem qualquer pastor (Marcos 6:34; Mateus 9:36; 14:14). Essas multidões seguiam qualquer pessoa que prometesse bem-estar, sem se importarem se era um amigo ou inimigo. Dá para perceber isto quando foi a mesma multidão que aclamava “Hosana ao que vem em nome do Senhor” e depois “cruficia-o!”, pois eram manipuladas facilmente pelas autoridades religiosas. Estes líderes, espiritualmente cegos como eram (João 8:44; 9:39-41; 121:40; Mateus 23:1-39), embora em pequeno número, dominavam completamente todas as atividades populares. Por esse motivo se os convertidos ao Senhor Jesus não fossem dirigidos por homens de Deus, competentes para orientá-los e protegê-los da falsidade, em breve seriam vítimas da confusão e desespero por causa da confusão religiosa que existia no local e acabariam por ficarem num estado pior do que no princípio. Antes que o mundo possa ser ajudado, é necessário de homens de fé que conduzam as multidões através das coisas de Deus.

Jesus conhecia a natureza humana (João 2:24,25) e sabia que ela era depravada e débil, alvo fácil das forças satânicas deste mundo e, devido a este conhecimento, Ele baseou Seu evangelismo em um plano que pôde satisfazer a essa necessidade. As multidões estavam dispostas a segui-lo, porém Jesus como homem não poderia cuidar delas individualmente. Sua única esperança era preparar homens cheios da Sua vida e que fizessem isto por Ele. Por essa razão, Ele concentrou Seus esforços sobre aqueles que seriam os primeiros líderes de Seu Reino.

O princípio aplicado hoje em dia 

Esse princípio, por mais estranho que possa parecer, raramente é aplicado nos dias em que vivemos. A maior parte dos esforços evangelísticos da Igreja começa com as multidões, sob a suposição de que as igrejas locais estão preparadas para conservar qualquer bem que se possa realizar. A ênfase fica sobre o número de convertidos, os números de candidatos ao batismo e sobre a necessidade de mais membros nas igrejas locais, havendo pouco ou nenhum interesse genuíno para com a confirmação dessas almas no amor e no poder de Deus, e muito menos sobre a preservação e continuidade da obra.

Partindo deste princípio do Senhor Jesus, o dever de um pastor, bem como a primeira preocupação de um evangelista é cuidar que desde o princípio seja lançado um alicerce sobre o qual possa ser erigido um ministério evangelístico eficaz e contínuo entre as multidões. Isso requer mais concentração de tempo e talentos sobre um menor número de homens, ao mesmo tempo em que não se negligencie a paixão pelas almas que estão no mundo. Há uma necessidade de treinar líderes “... para o desempenho do Seu serviço” (Efésios 4:12). A vitória jamais é conquistada pelas multidões.

Alguns podem questionar esta estratégia, dizendo que se está dando preferência para apenas uns poucos. Mas isto não importa, já que esta foi a forma que Jesus concentrou os Seus esforços e a Sua vida, e é uma medida necessária se alguma liderança permanente tiver de ser treinada. Quando isso é praticado por motivo de amor genuíno pela igreja toda, e quando há manifestação de interesse pelas necessidades do povo, estas intrigas podem ser resolvidas, ao se observar que a missão de salvação está sendo realizada. O obreiro em treinamento deve ter sempre esta meta consigo. Tudo quanto for feito com esses poucos obreiros deve visar a salvação de multidões.

Uma demonstração moderna 

Este método funciona porque foi o próprio Senhor quem o estabeleceu. E é um princípio universal – não importa quem o pratique. Foi observado que os comunistas usaram deste método. Passaram de um punhado de gente para uma vasta multidão de seguidores que escravizam várias pessoas no mundo, num curto período de 75 anos. Os comunistas provaram na prática que as multidões podem ser conquistadas facilmente, se houverem líderes que elas sigam.

Tempo de agir 

É necessário mudança. Nossos dias de superficialidade devem chegar ao fim. O programa evangelístico da igreja tem fracassado em quase todas as frentes. Em muitos países as igrejas locais não conseguem acompanhar o crescimento populacional. Do outro lado as forças satânicas vão se tornando mais incansáveis e abrasadas em seus ataques. E é um paradoxo: numa época em que temos uma enorme facilidade de comunicação como nunca antes aconteceu, estamos fazendo menos do que na época anterior à invenção da carroça.

Outro problema é que, considerando as trágicas condições em que o mundo vive, muitos se tornam ansiosos e desesperados em fazer algo, procurando reverter essa tendência da noite para o dia. Em nossa preocupação de trazer mudanças, temos lançado um programa de emergência evangelística após o outro, a fim de alcançar as multidões com a salvadora Palavra de Deus. Porém, o que temos deixado de compreender, em nossa frustração, é que o problema real não está nas multidões – o que elas crêem, como elas são governadas, etc. Todas estas coisas que consideramos vitais são manipuladas por outros. Então antes que possamos dar uma solução à questão da exploração do povo, precisamos conquistar aqueles que o povo segue.

Dessa forma há prioridade para que se conquiste e treine aqueles que já se encontram em posições de responsabilidade, como líderes. Porém, se não tivermos líderes, devemos começar de onde estamos, treinando algumas pessoas humildes para que venham a ser os grandes. E aqui vai um lembrete: ninguém precisa ser considerado como importante no mundo, com algum tipo de prestígio para ser grandemente usado no Reino de Deus. Qualquer um que esteja disposto a seguir a Cristo pode tornar-se uma poderosa influência sobre o mundo, contanto que esta pessoa tenha um treinamento apropriado.

Devemos começar como Jesus fez. É certo que será um trabalho lento, doloroso e que provavelmente nem será notado pelos homens a princípio, mas o resultado final será glorioso, ainda que não vivamos o bastante para ver o resultado. O obreiro precisa decidir onde quer que seu ministério faça sentir os seus efeitos – no aplauso momentâneo do reconhecimento popular, ou na reprodução de sua vida em alguns poucos homens escolhidos, que deem prosseguimento ao trabalho.